22/07/2022 às 10h34min - Atualizada em 22/07/2022 às 10h34min

Vinicius Miguel cansou de lutar pela frente popular viável e abriu mão da candidatura ao governo, o candidato agora é Daniel Pereira

Sergio Pires

Desistir não é o termo correto. Ele não desistiu. Ele cansou. De tentar reunir as lideranças da esquerda. De convencer os diretórios nacionais da sua sigla, o PSB e de outras aliadas, como o PT, a investir na formação elaborada e pronta para a disputa, em Rondônia. Cansou de pregar no deserto, embora a citação bíblica pareça não caber para ações de políticos mais à esquerda. Liderança importante e ascendente principalmente em Porto Velho, mas também em outras regiões do Estado, Vinicius Miguel cansou de ser marisco e bater contra pedras imutáveis. Por isso, depois de um longo período de tentativas, em que usou todo o seu conhecimento, qualidade de diálogo, experiência nos debates da política e liderança pessoal, ele abriu mão de ser o candidato ao Governo da chamada Frente Popular, formada por PSB, PT, Solidariedade e PSOL, entre outros. Quem assume agora a missão de disputar a cadeira principal do Palácio Rio Madeira/CPA é Daniel Pereira. Terá também a duríssima missão de unir a Frente Popular. Parece uma missão impossível, quão impossível é conseguir unidade nas esquerdas. Talvez Daniel precise mesmo de um milagre.
 
Vinicius Miguel será candidato a deputado federal. Também o será, ao menos até o final da quinta-feira (era esse o plano), o atual deputado Mauro Nazif. Ou seja, o PSB vai aventurar, tentando uma dificílima eleição de duas lideranças da Capital. O caso ainda pode mudar, porque Nazif ainda pode mudar de ideia e entrar na briga pelo Senado. Com a desistência de Vinicius, começa tudo de novo, na composição dos partidos de esquerda.


Com Daniel Pereira pilotando a chapa da Frente Popular, disputando o Governo, fica em aberto ainda a vaga para o Senado. Será Nazif? Ou pode haver uma grande surpresa e o PSD entrar neste grupo, oferecendo o nome de Expedito Júnior? Ou virá, para o Senado, o ex-conselheiro Benedito Alves, através de conversações conduzidas por Acir Gurgacz. Tudo pode acontecer, até o final do período das convenções, em 5 de agosto, ou seja, daqui a exatos 14 dias. Por óbvio, pode-se deduzir que Daniel já está se movimentando para cooptar, também, o apoio do grupo do MDB, liderado pelo senador Confúcio Moura, de quem foi vice.
 
O MDB, aparentemente em sua maioria, pelo grupo liderado por Lúcio Mosquini e com aval de Valdir Raupp, vai ficar ao lado da candidatura de Marcos Rocha, mas o grupo confunciano, por orientação do seu líder, não aceita essa adesão e quer se postar como opositor ao atual governo. Daniel Pereira passa a ser mais uma opção, embora o emedebismo de Confúcio não descarte apoiar também Léo Moraes. A verdade é que o emaranhado quase incompreensível da nossa política, muda tudo de uma hora para outra. Vinicius Miguel, mais que uma promessa, uma realidade na vida pública rondoniense, está fora da corrida pelo Palácio. Entra agora Daniel Pereira, no grupo de candidatos que já tem Marcos Rocha, Marcos Rogério, Léo Moraes e ainda pode ter Ivo Cassol. O que vai acontecer, nem Mãe Dinah consegue anunciar... Fonte: Sérgio Pires.


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