Segundo candidato mais abastado de todo o país nas eleições deste ano de acordo com as declarações feitas até agora junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — o prazo para enviar as informações vai até o próximo dia 15 —, o postulante a deputado estadual no Pará Ailson Souto da Trindade (PP) ficou 29 mil vezes mais rico em dez anos. O patrimônio dele passou de R$ 15 mil em 2012 para R$ 448 milhões neste ano, conforme os dados enviados pelo próprio Souto ao TSE.
Trindade é empresário e, dez anos atrás, concorreu a uma vaga na Câmara de Vereadores de Porto de Moz, cidade com cerca de 40 mil habitantes localizada a 416 quilômetros de Belém. Obteve somente 135 votos e não se elegeu. Na ocasião, ele declarou que tinha um terreno de R$ 10 mil e R$ 5 mil em outros bens. Desta vez, Trindade afirmou à Justiça Eleitoral que possui R$ 39 milhões em espécie, em moeda estrangeira (sem especificar qual), e R$ 9 milhões em joias, além de um terreno de R$ 390 milhões.
Procurado, o candidato respondeu os questionamentos por meio de sua assessoria de imprensa e ratificou os valores, que foram confirmados pela campanha de Ailson.
A receita do sucesso que fez o patrimônio de Trindade explodir passa pela mudança de ramo de atuação, segundo ele. Antes, era empresário da área de eletrônicos, mas hoje atua no mercado imobiliário, mais especificamente, com compra e venda da lotes e construção de casas, de acordo com sua assessoria de imprensa.
O nome do candidato a deputado estadual consta no quadro social de três pessoas jurídicas: as empresas AST Empreendimentos Imobiliários e AR Serviços de Escritório, assim como da Federação das Associações das Cidades e Comunidades do Estado do Pará, entidade da qual ele é presidente.
“É importante destacar que as empresas do candidato declaram imposto de renda de pessoa jurídica, recolhendo a integralidade dos impostos devidos. Assim como o candidato na pessoa física. Importante frisar que o candidato nunca ocupou cargo ou função pública, sendo o seu patrimônio totalmente proveniente do exercício de sua profissão acima explicada”, afirmou a campanha.
Em 2020, uma das empresas dele, a AST, participou de uma licitação do Banco da Amazônia, mas não venceu o certame. Para concorrer, porém, a empresa precisou apresentar informações contábeis. Eles mostram que, três anos atrás, a AST tinha R$ 1 milhão em ativos, a maior parte guardada em uma aplicação. Em caixa, segundo o Balanço Patrimonial, havia somente R$ 14. Os registros de despesas apontam gastos de R$ 465 em material de limpeza, R$ 4,6 mil em publicidade, R$ 8,7 mil em aluguel.
Fonte: Painel Político / Via O Globo - Imagem ilustrativa.