Os exames feitos pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mostram uma inflamação decorrente do esforço vocal feito durante a campanha eleitoral e uma pequena área de leucoplasia na laringe. O petista esteve, neste sábado (12), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
"O exame de nasofibroscopia mostra alterações inflamatórias decorrentes do esforço vocal e pequena área de leucoplasia na laringe", diz o comunicado divulgado pelo hospital.
Foram realizados exames de imagens: ecocardiograma, angiotomografias e PET Scan, que "estão normais e seguem mostrando completa remissão do tumor diagnosticado em 2011".
Para a avaliação clínica multidisciplinar de rotina, Lula estava acompanhado pelas equipes médicas coordenadas pelo prof. dr. Roberto Kalil Filho, dr. Artur Katz e dr. Rubens Brito.
A leucoplasia é uma mancha de aspecto branco que pode ser encontrada na cavidade oral. A doença pode estar ligada ao tabagismo ou ao consumo de bebidas alcoólicas. É considerada uma condição médica simples e de pouco risco. No entanto, em alguns casos pode revelar a presença precoce de câncer.
O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), que integra o grupo que discutirá questões da saúde durante o governo de transição, usou as redes sociais para explicar os exames feitos por Lula.
"A gente pode falar com muita força e clareza que a saúde do presidente Lula está ótima, [ele está] pronto para governar o nosso país. Não tem nenhum sinal. Os exames todos mostram a normalidade e a completa remissão daquele antigo tumor que já faz uma década que teve", disse.
"Fez um exame que a gente chama de rinolaringoscopia, que faz ver a garganta, que tem as cordas vocais inflamadas. A garganta inflamada de quem falou muito, emocionou muita gente com seus discursos durante a campanha eleitoral. Mas está superbem, firme e forte", completou.
COP27
Lula fez os exames antes de ir para a COP27, no Egito, da qual participará a partir da próxima terça-feira (15). Além do petista, a comitiva contará com os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL) e a deputada federal eleita por São Paulo Marina Silva, cotada para assumir o Ministério do Meio Ambiente.
O evento começou em 6 de novembro e vai até o dia 18 de novembro, no Egito, e conta com a participação de mais de cem chefes de Estado. O Brasil será representado na COP27 por membros tanto do governo Jair Bolsonaro (PL) quanto do grupo do presidente eleito.
A delegação brasileira será chefiada pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que chegará ao Egito na próxima terça-feira (15). O governo Bolsonaro também será representado pelo Ministério das Relações Exteriores, com os embaixadores Paulino Franco de Carvalho Neto (Assuntos Multilaterais Políticos) e Leonardo Cleaver de Athayde (Departamento de Desenvolvimento Sustentável).
As conversas centrais da conferência serão guiadas pelos debates sobre o novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que analisa as vulnerabilidades, capacidades e limites da sociedade para se adaptar às transformações climatológicas.
O encontro entre os líderes de mais de 190 países ocorre em um contexto de guerra na Ucrânia, provocada pela Rússia, de críticas de ativistas à conferência e de alertas feitos por especialistas sobre a necessidade de cumprir acordos firmados no passado.