Um jovem de 17 anos morreu depois de ser atingido por um raio nesta quinta-feira, 23, na zona rural de Cumari, cidade que fica a 278 km de Goiânia. Depois da descarga elétrica, Kayo Silva chegou a ser encaminhado a um hospital da cidade pela família e chegou a ser atendido, mas não resistiu.
De acordo com dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Goiás é o 8º Estado que mais registra mortes por raio no Brasil. Entre 2000 e 2019, 123 pessoas morreram por essa causa em solo goiano. Todos os anos, caem no país 78 milhões de raios e a cada 50 mortes por raio no mundo, uma ocorre no Brasil. E em 26% dessas mortes, as vítimas estavam na zona rural, assim como Kayo.
Ainda segundo o Inpe, no dia 12 de fevereiro, 5,4 mil raios foram registrados só na cidade de Anápolis, sendo que mais de mil tocaram o solo em quatro horas. Esse foi o maior número registrado desde 2010 na cidade.
O físico professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Geovanni Piacente, explica que o fato do Brasil ser um país tropical justifica tanta descarga elétrica. Segundo ele, quando uma pessoa é atingida por um raio, geralmente, ela sofre queimaduras e tem uma parada cardíaca. Apesar disso, a chance de morte é relativamente baixa, de 10%. “A cada 100 pessoas atingidas por um raio, 10 morrem”, afirma o professor.
O físico explica ainda que raios são mais comuns em lugares altos e abertos. Por isso, ele recomenda que as pessoas, em caso de tempestades de raio, fiquem longe de árvores e cercas.
Kayo era cantor sertanejo e se apresentava ao lado do irmão gêmeo Kayck em eventos na região Sul do Estado. Um desses eventos foi a Expo Canta 2022, em Catalão. Em nota, o Sindicato Rural da cidade, que organizou o festival que o jovem participou, lamentou a morte do cantor: “Kayo, junto com o irmão, impressionou os jurados com sua simplicidade e talento”. Jornal Opção