05/06/2023 às 10h35min - Atualizada em 05/06/2023 às 10h35min

​WAGYU: Saiba a origem do boi mais caro do mundo e como criá-lo

Com textura e sabor únicos, a carne do gado WAGYU tem método de produção rigoroso e certificado

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A carne de WAGYU é cara devido à textura e ao sabor únicos, resultantes de uma combinação de fatores genéticos, alimentação, métodos de criação e processamento. A raça teve origem no Japão, onde foi desenvolvida há centenas de anos para trabalho no campo. A gordura é uma fonte importante de sabor e contribui para a textura suave da carne.

Os métodos de criação e alimentação do gado garantem a qualidade da proteína. A pecuária japonesa tem regras rigorosas para o registro, a produção e a certificação do gado WAGYU, o que contribui para o alto preço do quilo do kobe beef, um corte de lombo que chega a custar R$ 2 mil. A raça também é criada na Austrália, nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil.


Qual é a história do boi WAGYU?

A raça de boi WAGYU foi introduzida no Japão para fornecer tração para o cultivo de arroz, saída da península coreana por volta do século 2. O gado evoluiu lentamente devido ao isolamento da região montanhosa de Shikoku, uma das menores entre as principais ilhas do arquipélago japonês. Por mais de 200 anos, o rebanho ficou oficialmente fechado.

Com a Restauração Meiji, em 1868, que abriu o Japão ao mundo, o governo incentivou a importação de raças europeias para cruzamento. Cada região escolheu uma raça, o que levou a uma grande diversidade genética; contudo, no início do século 20, a cruza não se mostrou benéfica, então o rebanho japonês foi fechado novamente.

Nos últimos 50 anos, a raça começou a ser criada em outros países além do Japão. O rebanho brasileiro tem cerca de 7 mil cabeças pertencentes a 44 criadores, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça WAGYU. O gado está presente em pequenos rebanhos na Bahia, em Mato Grosso, em Mato Grosso do Sul, no Tocantins, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e em Pernambuco.

Devido ao melhoramento genético, a raça WAGYU tem quatro linhagens principais. A black WAGYU, mais conhecida de todas, tem origem nas regiões de Tottori, Shimane e Tajima, com a influência de raças como brown swiss, shorthorn devon, simmental, ayrshire e holstein. O resultado é uma carcaça menor, com carne mais marmoreada.

O gado shorthorn japonês, que tem origem em Aomori, Iwate e Akita, deriva do cruzamento da raça extinta nambu com shorthorn, devon e ayrshire. A carne magra se assemelha à proteína de outras raças de gado, tendo linhagem mais precoce e menos marmoreio que a black WAGYU.

A red WAGYU, criada em Kumamoto e Kochi, foi melhorada a partir do cruzamento de simental com akaushi, com influência de hanwoo e devon. Com carcaças maiores, a carne tem textura firme devido ao baixo teor de gordura. Menos comum, a japanese polled é resultado da cruza com aberdeen angus e apresenta animais mochos com pouco marmoreio.

Como criar o gado WAGYU?

A criação de gado WAGYU não é fácil. Pecuaristas devem investir para comprar sêmen e embriões com registro genealógico. O preço da proteína é definido pelo grau de marmoreio, que vai de 1 a 12; a escala máxima obtida no Brasil é 10, devido às limitações genéticas.

Desde o segundo mês de gestação, a raça exige cuidados especiais com suplementação alimentar da vaca para explorar todo o potencial de musculatura e marmoreio. Quando nascem, os bezerros são alimentados com um concentrado especial, em um cocho separado da mãe e com mamadas controladas.

O abate do animal acontece com 30 meses de idade. Nos últimos 12 meses de vida, o gado precisa ser confinado para receber uma dieta altamente energética, e a criação deve ser registrada e certificada. Tudo isso eleva o custo de criação do boi japonês, mas também garante os preços mais altos do mundo.

Fonte: Japan Travel, Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça WAGYU, Fellers Ranch/Via Canal Agro.

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