Julgamento de Jair Bolsonaro é vingança política ou justiça?

Ex-presidente decide não participar do julgamento no STF nesta terça-feira, 2

Gazeta Rondônia
01/09/2025 23h44 - Atualizado há 18 horas

Os comentaristas José Eduardo Cardozo e Caio Coppolla discutiram, nesta segunda-feira (1º), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na ação que apura uma tentativa de golpe de Estado é vingança política ou justiça.

O senador Hamilton Mourão (Republicanos), que foi vice-presidente de Bolsonaro, defende que o julgamento no STF do núcleo 1 do plano de golpe de Estado não é “apenas um simples processo jurídico”, mas uma “vingança política”.

Cardozo entende que não há vingança.

“Quem são os vingadores? Se dirá que Alexandre de Moraes é o principal, só que as decisões que ele toma são tomadas em conjunto com os outros pares da Turma. Bom, então os vingadores são o STF, mas a Polícia Federal é que fez a investigação, que é um órgão autônomo, pertence ao Executivo e atua com absoluta independência funcional dentro desse campo”, disse.

“O Ministério Público, outro órgão autônomo e independente, é quem endossou as investigações da Polícia Federal, então fariam parte STF, PF e MP”, ironizou.

Coppolla defende que o processo contra Bolsonaro não é justo.

“É justo que um homem seja julgado pela suposta vítima dos seus crimes? E é justo que um homem, sem cargo público, seja julgado por um tribunal antes reservado apenas a autoridades? É justo que um homem público seja julgado por antigos aliados do seu maior opositor?”, questionou.

“Você acha que isso tudo que foi colocado é a mais justa aplicação da lei ou são atos de vingança? Se for vingança, eu lamento o destino daqueles que hoje estão se vingando porque, como ensina a sabedoria popular, ‘aquele que embarca numa jornada de vingança tem que cavar duas covas’”, concluiu.

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Ex-presidente Bolsonaro decide não ir a julgamento

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu não comparecer ao julgamento do plano de golpe que começa nesta terça-feira (2), na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). A informação foi confirmada à CNN pelos advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno.

A defesa diz que o ex-presidente gostaria de ir ao STF, mas as condições de saúde prevaleceram para que ele, que está em prisão domiciliar, decidisse não comparecer às sessões que podem condená-lo a mais de 40 anos de prisão por acusação de tramar um golpe de Estado.

A ida de Bolsonaro ao STF dividiu seu entorno. Advogados, médicos e familiares recomendaram que ele ficasse em casa e assistisse pela TV por causa da saúde. Já aliados políticos defendiam que o ex-presidente comparecesse para passar um recado político.

Aliados de Jair Bolsonaro dizem que o ex-presidente está sereno às vésperas do julgamento que pode condená-lo por plano golpista. Apesar disso, apresenta uma forte crise de soluço.

Nesta segunda-feira (1º), Bolsonaro recebeu a senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, a parlamentar fez uma oração pelo ex-presidente.

Como mostrou a CNN, a maioria dos réus por tentativa de golpe de Estado deverá acompanhar pela televisão o julgamento na Primeira Turma do STF, que começa nesta terça-feira (2), às 9h.

Sem presença obrigatória, os ex-integrantes do núcleo duro do governo Jair Bolsonaro querem evitar a exposição durante a análise do caso, em que podem terminar condenados por um plano de golpe.

Até agora, o único que confirmou a intenção de ir pessoalmente à Corte é o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa. A informação foi dada à CNN pelo advogado Andrew Fernandes.

Já o general Walter Braga Netto, preso desde dezembro de 2024 na 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro, acompanhará o julgamento por videoconferência, informou o advogado José Luís de Oliveira Lima. O ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, em 2022, é acusado de ser um dos líderes da trama.

Dos oito acusados, quatro confirmaram que não comparecerão, orientados por suas defesas. Segundo apurou a CNN, o general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional); o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier; e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, assistirão ao julgamento de casa.

Ex-chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) ainda não se posicionou sobre como acompanhará as sessões que analisarão o plano de golpe.

Os oito réus do chamado núcleo crucial do plano de golpe são acusados dos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público, além de deterioração do patrimônio tombado.

O julgamento está previsto para ir até o dia 12 de setembro. O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, marcou sessões em cinco dias para as discussões.

Em dois deles, o julgamento ocorrerá das 9h às 12h. Nos outros três dias, haverá duas sessões diárias: uma das 9h às 12h e outra das 14h às 19h.

Fonte: CNN.


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