25/09/2022 às 11h00min - Atualizada em 25/09/2022 às 11h00min

Chevette: Conheça os fatos curiosos sobre esse pequeno da Chevrolet

Vanessa Dall Alba

Vanessa Dall Alba

Bacharel em Direito, Graduanda em Jornalismo e apaixonada pelo mundo automotivo e por carros antigos.

Vanessa Dall Alba
O Chevette L, foi umas das últimas versões produzidas pela Chevrolet, onde sua produção teve sua finalização em 1993. Foto/Reprodução: Pastore Car Collection.

Com quase 50 anos de história aqui no Brasil, o Chevrolet Chevette é um dos carros mais amados da montadora.


 

Durante duas décadas, o modelo Chevette esteve entre os carros mais vendidos da Chevrolet, sendo então considerado uma aposta da montadora que deu super certo. Além disso, no ano de 1983 foi o veículo mais vendido dentro do país.

Um pouco de sua história

Em 1973, chega ao Brasil o Chevette, um modelo que tinha como inspiração a quarta geração de um sucesso na Europa, o Opel Kadett. A Chevrolet apostou todas as suas fichas em um produto inovador e com um tamanho menor do que os outros modelos lançados naquele ano.
 
O nome Chevette remetia ao seu tamanho e segundo os projetistas queria ter como significado o “pequeno da Chevrolet”. A GM não quis utilizar o mesmo nome europeu pois tinha receio que houvesse uma rejeição dos compradores  por conta da associação ao governo militar, presente por aqui e que vinha trazendo diversos problemas.
 
A montadora Chevrolet não quis dar a sua confirmação, mas o nome Chevette acabou sendo mais marcante e atrativo para o mercado automotivo naquele momento. Assim, garantindo que o investimento de 102 milhões de dólares na fábrica de São José dos Campos, em São Paulo, não fosse perdido por conta apenas de um nome não aceito. Vale lembrar que esse investimento para época era considerado alto e isso chamou a atenção do público em geral e também da imprensa, criando uma certa expectativa para o lançamento.

Mesmo sendo um veículo de origem européia, seu primeiro lançamento foi em terras brasileiras

Querendo se destacar no mercado automotivo mundial e trazer um produto inovador, a Chevrolet levou tão a sério o lançamento do Chevette que o lançamento do primeiro modelo foi apresentado primeiro aqui no Brasil para só depois, cerca de seis meses, fosse apresentado a versão européia.

Um modelo, diversas variações

O modelo 1973 marcou o início de vários outros que seriam sucesso da marca. O Chevette Tubarão foi um exemplo deles, o sedã de duas portas e com um tamanho menor que os demais da mesma categoria, tinha um estilo bem esportivo.
 
As demais versões do pequeno da Chevrolet demoraram para surgir, já que a montadora estava com outros modelos também fazendo sucesso naquele momento. Somente em 1978 que é lançado um hatchback, carinhosamente apelidado de bicudo, apelido esse que não era por acaso, já que essa versão foi inspirada nos Pontiacs americanos.

Já em 1980, é lançada a versão perua, o Chevette Marajó e em 1983 surge também a picape Chevy 500, nome esse que representa a capacidade de carga de 500 kg que o modelo suportava.



Monza, inspiração para o Chevette S/R?

Sim, o recém-lançado Monza foi uma inspiração para a grande mudança no visual dos novos Chevettes, sendo o S/R o que recebeu maior influência desse outro modelo da Chevrolet.
 
O Chevette S/R trouxe consigo uma inovação no quesito parte mecânica, já que as outras versões da linha possuíam motores 1.0, e esse vinha com a opção 1.6. Além disso, trouxe como novidade um visual mais degradê, um spoiler traseiro e o logo S/R prateado.

Ainda no quesito visual, todos os modelos da linha vinham agora com faróis retangulares, uma grade única e frisos de forma horizontal. Além disso, o capô passa a ter um novo formato e as lanternas ficam retangulares e maiores.
 
O interior também sofreu uma mudança, o painel passa por uma atualização e as janelas contam com um quebra-ventos. Já na parte dos motores, a linha já contava com o então conhecido 1.6 gasolina, mas com a novidade de um propulsor a álcool de também 1,6 litro.
 
O novo Chevette recebeu um câmbio bem aceito, que continha cinco marchas e com engates bem precisos para a época. Contudo, o câmbio de três marchas automático, lançado em 1984, não foi tão bem aceito como o manual.
 
Outro ponto que desagradou muito o público da época foi a aceleração, que variava de 0 a 100km em 16,8 segundos. Sendo que os veículos concorrentes do Chevette, tinham uma aceleração superior.

O filho que desagradou o pai

Com a Fiat lançando o Uno Mille,era necessário lançar um carro que pudesse brigar com o concorrente e que também estivesse dentro do benefício tributário do governo. Eis então, que é lançado o Júnior, um modelo com motor 1.0. Além disso, contava com equipamentos como encostos para a cabeça dianteiros, quinta marcha, lavador elétrico de para-brisa, retrovisor no lado direito. Contudo o acabamento era o mais simples possível.
 
Mesmo com um desempenho maior que o Uno Mille (de 0 a 100 km/h 3 segundos mais rápidos), o Chevette Júnior teve uma aceitação quase nula em comparação a primeira versão de 1973. Além de diversos problemas, como um projeto antigo e a falta de conforto.
 
Foi então que a Volkswagen incluiu no mercado carros mais populares, com motores 1.6, como a Kombi e também o Fusca Itamar. Assim, a Chevrolet coloca também para concorrer com as duas concorrentes a versão Chevette 1.6. Portanto, não sendo mais necessário o Júnior 1.0 no mercado.

Após 20 anos entre os melhores, é hora de dizer adeus!

Com a versão Júnior não agradando tanto ao público, o Chevette passa a vender o modelo chamado L, com um acabamento bem simples e sendo oferecido apenas com o motor 1.6, com duas opções, álcool e também gasolina.
 
Com tantos outros modelos mais modernos e equipados surgindo no mercado, o Chevette já não é mais páreo. As vendas também foram cada vez mais diminuindo, e no dia 12 de novembro de 1993, o último Chevette foi produzido. Deixando assim, um legado com mais de 1,6 milhão de unidades produzidas e mais de 400.000 unidades enviadas para fora do Brasil.


 

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