Bacharel em Direito, Graduanda em Jornalismo e apaixonada pelo mundo automotivo e por carros antigos.
Vanessa Dall Alba
Em abril de 2022, o Chevrolet Monza comemorou 40 anos de sua chegada aqui no Brasil. Esse “monstrão” da GM, foi sucesso de vendas entre os anos 80 e 90, além de ser considerado um dos carros mais amados no país.
Com o slogan “Poucos têm o que muitos desejam”, o Monza tornou-se um automóvel, que mesmo com o preço superior para a época, teve mais de 850.000 unidades vendidas no mercado automotivo brasileiro.
Propaganda do Monza em 1980, com o slogan “Poucos têm o que muitos desejam”. Foto/Reprodução: Motor1 Uol
Sua primeira versão não agradou de início os compradores, pois sua configuração de hatch com três portas e um motor 1.6 não era o que esperava o público nacional. Foi então que a GM decidiu fabricar este veículo em uma nova versão, o sedã, considerado pelos clientes um dos carros mais confortáveis e estáveis.
Origem deste modelo
A história do Monza da GM não se iniciou aqui no Brasil. Ainda na década de 1970 a montadora alemã Opel já vinha desenvolvendo um projeto do Monza. Portanto, sendo a primeira versão deste modelo.
Com o nome na Alemanha de Opel Ascona, o futuro Monza brasileiro, teve ainda outras duas gerações, que da mesma forma que a primeira geração não foram produzidas e nem comercializadas aqui no Brasil. Contudo, já era um indício do que o mundo chamaria de “carro global”.
O Opel Ascona foi o projeto que deu origem ao Monza da Chevrolet. O pai do Monza teve sua origem na Alemanha e graças a ele outros veículos, vieram com base em seu projeto. Foto/Reprodução: Auto - Data.
Monza Hatch
Em 1982 chegava ao mercado brasileiro o primeiro Monza, o hatch nas versões básica e também SL/E, com um motor 1.6 e uma potência de 73 cavalos. Além disso, contava com um câmbio japonês fabricado pela Isuzu.
Com uma carroceria de 3 portas, um comprimento de 4,264 metros, 1,668 m de largura e 1,349m de altura. Bem como, contava com uma distância entre-eixos de 2,574, a versão hatch do Monza reproduzia muito bem o estilo do Opel.
Quando o assunto é a potência esse modelo não impressionou o público. Em comparação ao Corcel e ao Passat, modelos concorrentes, o Monza hatch teve o pior desempenho na prova de aceleração, chegando a uma velocidade de apenas 147,5 km/h em 17 segundos.
Entretanto quando o assunto era estética o hatch era admirado por ser moderno, funcional e também espaçoso, quesitos ainda não vistos em carros daquela época. Outro fator de destaque era o seu porta-malas de capacidade total de 433 litros.
Monza sedã
O encontro de duas lendas do Monza sedã, as versões GLS e SL/E. Foto cedida por: Marcelo Marques, Monzeiro da cidade de Içara em Santa Catarina
Com o terreno já preparado pelo hatch, o GM decide lançar uma versão sedã do Monza. Essa configuração resultaria em uma melhor aceitação pela clientela nacional, tornando assim um sucesso de vendas desde o seu lançamento.
Em 1983 surge então o sedã do Chevrolet Monza, com uma carroceria de duas e quatro portas. Com a mesma estrutura do europeu Opel Ascona, a nova versão contava com 4,66 metros de comprimento. Além disso, o motor que antes era apenas o de 1.6, passa a ser fabricado também a opção de 1.8 OHC e com o sistema de carburação simples.
Motor do Monza sedã SL/E 1.6, versão aprimorada do antigo motor do Monza hatch. Foto/Reprodução: Motor Tudo
Versões do Chevrolet Monza
Entre 1982 a 1984 foram produzidas unidades da versão L para o Monza hatch 1.6. Entretanto, após o surgimento do sedã, a GM começou a fabricar outras versões nacionais. Conheça abaixo quais foram:
SL: Sua produção ocorreu entre os anos de 1984 até 1993;
SL/E: Versão intermediária do SL, e teve a sua fabricação entre os ano de 1984 e 1993;
Monza SL/E 1986, uma versão intermediária da versão SL. Oferecida nas opções 1.6 e 1.8. Foto/Reprodução: Motor Tudo
S/R: Modelo esportivo da versão hatch, com a opção de motores entre 1.8 e 2.0. Além disso, o S/R contou com a relação do câmbio mais curta que as outras versões, onde o carro nas retomadas ganhava 10 segundos a mais. Outro ponto de destaque desta versão foi a utilização dos bancos esportivos da marca Recaro® e em algumas unidades era disponível o teto solar;
A versão S/R foi a primeira a vir equipada com bancos esportivos Recaro. Foto/Reprodução: Pastore Car Collection
Classic: Comercializado nas cores dourado e cinza e com motores de 1.8 e 2.0. Sua fabricação ocorreu nos anos de 1986 e 1987, com opção de blusa e saia (componentes automotivos), bem como, era disponibilizado ar condicionado de série;
Classic SE: Esse modelo é considerado a versão de luxo do Monza, onde teve a sua fabricação apenas entre os anos de 1986 e 1987. Como componentes de série, esse veículo contava com ar condicionado e porta malas elétricos, assim como o painel digital;
GL: Essa versão veio para substituir a SL, entre os anos de 1994 a 1996. O Monza GL tinha direção hidráulica, vidros e travas elétricas de série, além de ter as motorizações disponíveis de 1.8 e 2.0 EFI;
GLS: Uma variante do SL/E, contudo foi disponibilizado nesta versão faróis de neblina, lanternas traseiras na cor fumê e também rodas de liga leve.
O GLS foi a última versão fabricada do Monza aqui no Brasil. Foto/Reprodução: Motor Tudo
Monza GL e GLS, um sucesso de vendas
A partir dos anos 90, o Chevrolet passa por modificações, chegando então aos sedãs mais desejados pelos brasileiros, o GL e o GLS. Sendo apelidado carinhosamente como Monza Tubarão. Conheça as características que fizeram essas versões sucesso de vendas:
2.0 EFI chegando a 110 cavalos de potência e 16,8 kgfm;
Câmbio automático de 3 marchas;
Porte medindo cerca de 4,493 m.
Nos últimos anos de sua fabricação, o Chevrolet Monza foi perdendo lugar no mercado automotivo para outros modelos da própria Chevrolet e também de seus concorrentes. Chegando ao seu fim no ano de 1996. Contudo, deixando muitas lembranças e saudades para os amantes deste carro.