O indígena Aruka Juma morreu vítima da Covid-19 nesta quarta-feira (17) em Porto Velho. Aruka era o último homem guerreiro do seu povo.
Ele foi transferido do hospital regional de Humaitá (AM) para o hospital de campanha na capital rondoniense no dia 2 de fevereiro. O corpo de Aruka deve ser levado nesta quarta-feira para o Amazonas, onde será velado e enterrado.
O povo Juma foi dizimado em conflitos. De acordo com a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, há 50 anos os Juma eram aproximadamente 15 mil, mas após sucessivos massacres, ataques de animais e doenças o número foi reduzido para poucas dezenas e até 2021 apenas quatro eram os sobreviventes: Aruka — que hoje descansa — e suas três filhas.
Na tentativa de fazer com que o povo Juma perdurasse, as três filhas do guerreiro se casaram com indígenas Uru-Eu-Wau-Wau. Os netos carregam no sangue as duas etnias.
A cerimônia de casamento de uma das netas de Aruka, que uniu o povo Juma aos Tenharim, foi registrada pela Rede Amazônica (assista no vídeo abaixo). Na época Tejuvi Juma disse que a celebração era um aprendizado sobre a própria cultura.
"Aproveitar enquanto meu vô ainda está vivo porque ele é o último dos Juma que restou. E eu gostei muito de casar enquanto ele está vivo, para ele ver o meu casamento", disse Tejuvi Juma, na época. Fonte G1