11/09/2021 às 09h56min - Atualizada em 11/09/2021 às 09h56min

Precisamos nos unir e entrar em acordo para que o parque de exposições volte a contribuir para o desenvolvimento da região de Cerejeiras

Rildo Costa

Rildo Costa

Jornalista e Publicitário

Gazeta Rondônia
Parque Toninho Campo Grande está fechado. A região será muito beneficiada com a volta da Expocer. (Foto: Rildo Costa)

Um parque de exposição parado. E o município precisando dele para divulgar suas potencialidades.

Esta é a atual situação que está em curso neste momento em Cerejeiras.

O Parque de Exposições Toninho Campo Grande, que foi construído com doações de empresários e produtores através da Associação dos Criadores de Cerejeiras e, posteriormente, com dinheiro público, está parado. Parado e fechado. Há anos.

A última exposição realizada nele foi em 2013, se não me falha a memória. Depois dessa data, chegou a ter um rodeio organizado no local por empresários de fora, mas um evento muito longe do glamour da tradicional Expocer.
 

O parque foi construído com a colaboração de abnegados produtores, empresários e posteriormente com a inversão de emendas estaduais e federais, que hoje ostentam um patrimônio de mais de 3 milhões de reais, esquecido e não utilizado. A área do parque, assim como as benfeitorias lá existentes, pertence ao patrimônio do município, mas a população não está podendo usufruir deste bem público, não obstante ser propício para a realização de grandes e significativos eventos, o que passará ainda a ser mais valorizado em face de estarmos saindo de um longo período de pandemia.

Este artigo não é sobre pessoas. Ninguém será citado neste texto. Ninguém será citado para deixar claro que a questão não é pessoal.

O presente artigo também não é uma crítica. De maneira alguma estou aqui jogando pedra nas pessoas envolvidas nesta questão.

Este artigo é um apelo.

Um apelo ao bom-senso.

Um apelo para todos. Pelo menos para todos os envolvidos.

Existem, basicamente, dois tipos de gente quando se fala em progresso social. Há aquelas pessoas que promovem o desenvolvimento. E há aqueles que atrapalham.

Falar deste parque nos leva, quase sem querer, a tocar em assuntos espinhosos. Um dos espinhos é a tentação de apontar pessoas que estejam atrapalhando o desenvolvimento do município ao impedir a reabertura do parque.

Vou resistir a esta tentação.

Mas faço um apelo.

Se alguém de nós (e eu incluído) vier a descobrir que estamos sendo uma pessoa que impeça o desenvolvimento do município de Cerejeiras ao impedir a reabertura do parque de exposição, então que este alguém tome a decisão de impedir que ela seja um empecilho.

Vamos supor, por exemplo, que eu seja essa pessoa. Vamos supor que, para que o parque volte a abrir as portas e a Expocer volte a acontecer, é melhor que Rildo Costa não contribua para esta causa por meio do seu trabalho.

Se for eu o problema, eu, por amor ao progresso do município, devo abrir mão da minha contribuição. E assim vou contribuir ao não contribuir.

É este tipo de caminho que precisamos percorrer para resgatar este espaço tão valioso para o desenvolvimento do município de Cerejeiras.
 

Recentemente, o Ministério Público, ciente de seu compromisso e dever de zelar pela manutenção  dos investimentos municipais, emitiu recomendação para que a Prefeitura de Cerejeiras retomasse todos os bens públicos que estivessem em poder de particulares, ou promovesse a regularização das cessões de acordo com  a lei, sendo que o parque de exposição se encaixa perfeitamente nesta hipótese.

As feiras agropecuárias são uma contribuição incalculável para o progresso socioeconômico da região de Cerejeiras. As exposições de maquinários agrícolas, de novos produtos, de automóveis. As amostras de artesanato. Os torneios leiteiros. Os empregos gerados. O momento de confraternização na festa. Enfim, tudo isso é crucial para o desenvolvimento da região de Cerejeiras.

Mas, inexplicavelmente, não estamos podendo contar este parque para o progresso do nosso município.

É hora de nos unirmos. É hora de cada um colocar a mão na consciência. É hora de engolirmos o nosso orgulho. É hora de esmagar o nosso ego. É hora de arregaçar as mangas. É hora de abrir mão. É hora de olhar para frente e não para o passado. A hora é agora, amigos. Quem sabe faz a hora e não espera acontecer.

Que fique a reflexão. Que fique o alerta.
 

O entendimento e o bom-senso seriam o mais elogiável e o recomendável neste momento. Por exemplo, a Associação dos Criadores de Cerejeiras poderia realizar a Expocer utilizando as instalações e ao mesmo tempo outros segmentos da sociedade poderiam organizar eventos em outras épocas do ano, possibilitando uma plena utilização por parte da sociedade de instalações que foram orgulho dos cerejeirenses. Se não houvesse o abandono, talvez hoje tivéssemos um palco, uma arena, mais stands galpões lá construídos, auxiliando na demonstração da pujança de nossa comunidade. A vaidade, o orgulho e o individualismo não podem e não devem superar a busca do bem-comum.

Vai ser dolorido para todos nós o dia em que formos questionados pela futura geração. 

“Pai, e aquele local ali, parado? O que é aquilo?”. 

“Ah, filho. É um local onde um dia foi um parque de exposições”. 

“Mas por que tá fechado, pai?”. 

“Porque a nossa geração, filho, não conseguiu sentar numa mesa e fazer um acordo pelo progresso de Cerejeiras”.
 

 
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