Além da soja e do milho, a região de Cerejeiras também é uma grande produtora de arroz.
Nesta safra, que está em andamento, houve um aumento de produtividade nas lavouras da região em torno de 10%, segundo análises do agrônomo Celso Rocha, da Rical.
E por falar em Rical, a empresa vai investir em mais estrutura de armazenamento e secagem de arroz, no complexo industrial que fica na saída de Cerejeiras para Colorado do Oeste. O valor a ser investido ainda não foi divulgado.
Ainda de acordo com o agrônomo Celso Rocha, nesta safra de 2022 foi plantada uma área que pode chegar a 4 mil hectares do cereal. As lavouras ficam nos municípios de Cerejeiras, Corumbiara, Pimenteiras do Oeste e Cabixi.
Com uma produtividade média de 80 a 110 sacas por hectare, os produtores da região optaram pelo arroz por diversas razões. Mas as principais delas é que a cultura une rentabilidade boa com custo baixo.
“O arroz é menos exigente de nutrientes no solo que a soja. Por isso, ele se torna uma opção de cultivo para áreas recém-abertas”, diz o agrônomo da Rical.
Para quem cultiva soja e milho, não é necessário adquirir novas plantadeiras e colheitadeiras para plantar o arroz. Basta ajustar o equipamento já usado no cultivo de grão.
Além de ser uma lavoura em solo de abertura de áreas, o arroz também é uma opção para o produtor que precisa fazer uma rotação de cultura.
Como se sabe, a monocultura pode trazer problemas para o ambiente produtivo da agricultura e plantar um cultivo diferente em uma safra é uma opção que ajuda no controle de pragas e doenças na soja e no milho. O arroz, mais uma vez, se torna uma excelente opção como cultura alternativa.
O preço do cereal também não fica muito atrás – embora neste ano tenha dado uma queda. Está, atualmente, na casa dos R$ 1,80 por ponto, o que resulta em torno de R$ 85 a saca, pagos em Cerejeiras.
A forma de calcular o preço do arroz é por pontuação. Dito de forma simples, o arroz menos quebrado tem uma pontuação mais alta. A média na região de Cerejeiras é de 56 pontos.
O cultivo do cereal nesta safra de 2022 ficou distribuído numa média de 15 produtores, que plantaram por volta de 100 a 500 hectares.
Com os avanços da pesquisa, o arroz plantado na região de Cerejeiras pode ser cultivado tanto em áreas mais secas quanto nas mais alagadas.
Apesar de ser mais barato que a soja, o arroz é rentável, pois o cereal também demanda menos custo. Trazendo esta rentabilidade, o alimento preferido dos brasileiros é uma alternativa de produção que ajuda o produtor a pagar as contas e, principalmente, a tornar a agricultura um negócio sustentável.
O produtor André Schneider optou pelo cereal nesta safra. “Ficou muito tarde para plantar a soja e recorri ao arroz. E também peguei uma área nova e achei melhor não plantar soja neste solo que ainda não foi adequadamente adubado”, disse o agricultor, que plantou cerca de 140 hectares no munícipio de Pimenteiras do Oeste. A Família Schneider são proprietários da Fazenda São José e são plantadores de soja e milho em Cerejeiras.
Todo o arroz produtivo na região é entregue na unidade de recebimento, processamento e secagem da Rical.
Em Rondônia, a empresa é uma grande compradora e comercializadora do cereal, ao lado de outras duas empresas, a Bernardo e a Piarara (que não atuam em Cerejeiras). Toda a produção estadual é comercializada no mercado interno.
Segundo dados do governo estadual, houve um plantio de cerca de 12 mil hectares de arroz na safra de 2021. Para 2022, os balanços ainda não foram divulgados.
Com todo este potencial, e por ser uma alternativa que pode ser usada como um “Plano B” pelo produtor, a região de Cerejeiras é também uma grande produtora do alimento mais popular do Brasil.
“Muita gente pensa que nós produzimos só milho e soja. Mas a região tem se fortalecido na cultura do arroz”, disse o presidente do Sindicato Rural de Cerejeiras, o produtor Jair de Oliveira Ferro.
O agrônomo da Rical concorda com esta linha de pensamento. “A gente pensava que o cultivo do arroz iria diminui na região, mas tem aumentado. E tudo indica que este polo produtivo vai continuar tendo uma produção expressiva do cereal”, disse Celso Rocha.
Para corroborar esta análise, talvez seja interessante dar uma informação que, em outro contexto, não seria necessária ser mencionada. O agrônomo da Rical, que morava em Vilhena, acabou se mudando para Cerejeiras há dois meses. “Com esta produção de arroz na região, achamos melhor eu morar aqui”.