01/05/2021 às 09h18min - Atualizada em 01/05/2021 às 09h18min

#INVESTECEREJEIRAS: Conheça a região de Cerejeiras, um eldorado que atrai investimentos em variados setores produtivos

Rildo Costa

Rildo Costa

Jornalista e Publicitário

Rildo Costa
Legenda da foto: Cidade principal da região, Cerejeiras tem 97% de cobertura de saneamento básico/Foto: Leandro Paese
COLUNA #INVESTECEREJEIRAS: Quem tem um capital, sempre está atendo a novas oportunidades de investimento. Assim funciona o capitalismo, sistema econômico que mais gerou riquezas na história. A região de Cerejeiras é um dos locais com potencial de investimentos com boas expectativas de retorno. Alguns empreendedores, aliás, já estão aproveitando este potencial, investindo em atividades produtivas rurais e urbanas, gerando renda e emprego, enriquecendo a si próprios e a comunidade, alimentando toda uma cadeia de valor, deixando para trás um rastro de progresso e prosperidade. Vamos conhecer essas oportunidades?
 
O que se compreende como região de Cerejeiras?

A região de Cerejeiras é um conjunto de área que engloba cinco municípios, sendo eles Cabixi, Colorado do Oeste, Corumbiara, Pimenteiras do Oeste e o próprio município cerejeirense. O micropolo também engloba boa parte do município de Chupinguaia, uma vez que uma porção da produção agropecuária chupinguaiense passa por Cerejeiras para beneficiamento, armazenagem e exportação. A região é assim chamada porque tem a cidade cerejeirense como “capital” deste micropolo.

Todos os municípios da região de Cerejeiras são extremamente produtivos. O bioma em que este micropolo está situado, chamado Vale do Guaporé, foi classificado pelos agrônomos ainda no tempo do governo militar brasileiro como uma das cinco áreas de terras mais férteis do Brasil. Nenhum município deste micropolo tem problemas estruturais de solo, como pedreiras, desertos ou alagamento. A terra é boa e agriculturável.

Outra virtude da região é sua ligação com o mundo. O micropolo fica na Amazônia Ocidental, fazendo divisa com Mato Grosso e Bolívia. Apesar dos já conhecidos problemas logísticos brasileiros, a região de Cerejeiras é suprida por pelo menos dois pontos de escoamento da produção, pela BR-364 rumo ao Porto de Cai N’Água em Porto Velho, de lá pegando a rota do Rio Madeira até o porto de Itacoatiara (Amazonas), ou, ainda na BR-364, rumo Cuiabá, pelos portos de Santos e de Paranaguá. Além disso, o micropolo cerejeirense é ligado ao Mato Grosso por via terrestre, interligando com a RO-370, a chamada Rodovia do Boi, tem promessas políticas de ser pavimentada. Esta malha terrestre vai de Comodoro, no Mato Grosso, a São Felipe, na região da Zona da Mata de Rondônia, passando por Cerejeiras.

Além do acesso logístico por terra, a cidade mais próxima da região de Cerejeiras, Vilhena, tem um aeroporto regional, a 130 quilômetros. O aeroporto Brigadeiro Camarão, que já recebia aeronaves de pequeno porte, recebeu investimentos (com apoio da Sicoob Credisul) para adaptações para receber jatos comerciais.

A região de Cerejeiras abarca cerca de 170.000 hectares de área agrícola. Mas há analistas que falem em uma área ainda maior, passando de 180.000 hectares. Esta área cultivada aumenta a cada ano, podendo ser adicionadas mais 100.000 hectares à área atual – sem provocar um único metro quadrado de desmatamento. A produtividade de soja e milho tem aumentado com os anos, o que demonstra o avanço da agricultura mais profissional e menos amadora. Por exemplo, a produtividade da soja tem avançado de uma média de 55 sacas por hectare para 75 sacas e a do milho de 60 a 70 sacas por hectare para 110 a 120 sacas. Programas de assistência técnica, como o Copama+10, por exemplo, que começou a ser executado em 2019, têm feito a produtividade subir ainda mais. Nas palavras do especialista em agronegócio Marcos Fava Neves, “estamos passando de uma agricultura de hectare para a agricultura do metro quadrado”. Em 2021, por exemplo, somente a safra de soja na região de Cerejeiras gerou R$ 1.700.000.000,00 (um bilhão e setecentos milhões de reais) em renda bruta, segundo estimativas do Centro de Pesquisa Agropecuária (CPA). A região de Cerejeiras produz cerca de 1.530.000 de toneladas de grão por ano, contanto soja e milho.

A produção de arroz também tem seu lugar na região. O micropolo de Cerejeiras produziu cerca de 3,5 mil hectares do cereal na safra de 2020/2021. Na cidade cerejeiras há uma indústria de secagem, processamento e armazenamento de arroz desde por volta de 2010.

Outra atividade de destaque na região é a pecuária de corte. 

O avanço da agricultura não está, necessariamente, eliminando a atividade da pecuária na região de Cerejeiras. Pelo contrário, está incentivando o desenvolvimento do que se pode chamar de “atividade agropecuária”, que une a pecuária com a agricultura.

Segundo dados do Idaron, há cerca de 1 milhão cabeças de gado na região do micropolo de Cerejeiras. Boa parte deste gado, de 15% a 20%, está sendo engordado em regime de semiconfinamento ou de confinamento. Os criadores de gado aproveitam o milho e a soja que estão são produzidos na própria região. Alguns pecuaristas, inclusive, já estão investindo em pequenas fábricas de rações para diminuir a escala de custos. A pecuária da região tem passado da extensiva (a pasto) para a intensiva (com gado tratado, trabalhado de forma mais estratégica, permitindo que a mesma quantidade de gado produza mais carne, pois o que importa na pecuária não é a quantidade de animais, mas o volume de suas carcaças).

A pecuária leiteira também não fica para trás. Assim como as demais áreas produtivas, os produtores de leite têm mudado práticas produtivas, o que acabam provocando transformações profundas na região. Antes, havia muitos produtores, mas com uma produtividade média baixa e quase amadora. Um caminhão percorria uma média de 17 quilômetros para pegar cada 30 litros de leite. Atualmente, o número total de produtores de leite na região diminuiu consideravelmente, mas o volume de produção de cada produtor tem feito o gráfico tender a virar para cima. Há um caso de um produtor no município de Cerejeiras, por exemplo, que produz mil litros de leite por dia.

Seguindo o ritmo da produção agrícola, a região de Cerejeiras também tem sido um celeiro fértil para agroindústrias – todas elas, até agora, familiares e de pequeno porte. Existem, atualmente, seis agroindústrias regularizadas no município cerejeirense. Além dessas, outras estão em processo de regularização, mas já em atividade.

Todas elas estão na zona rural, sendo que duas delas são em chácaras próximas à cidade. Dentre as atividades dessas pequenas indústrias rurais estão uma fábrica de farinha, duas fábricas de pão, uma beneficiadora de café, um pequeno frigorífico de frango e uma fabricante de produtos lácteos.

Outras estruturas produtivas também têm prosperado na região. O município de Cerejeiras, por exemplo, conta com uma ampla rede de agentes financeiros, com três cooperativas de crédito, três bancos públicos e um privado.

A área pública tem sido destaque. A cidade de Cerejeiras é uma das únicas de Rondônia a ter iluminação de LED e uma das únicas do Brasil a ter cobertura de 97% de cobertura de saneamento básico urbano. Além de água encanada, a cidade cerejeirense também conta com uma moderna gestão de resíduos sólidos, com coleta seletiva de lixo e uma estação de transbordo moderna e dentro da legislação ambiental. A educação básica, tanto a pública como a privada, tem conseguido pontuações crescentes no Ideb.

Por fim e não por menos importante, a região de Cerejeiras tem um excelente potencial turístico. A região fica entre o encontro do Pantanal e Amazônia, dois dos mais ricos biomas brasileiros. O Rio Guaporé é um paraíso para banhistas e pescadores esportivos e o Parque Estadual de Corumbiara, área 100% reservada com a maior biodiversidade do Planeta, são duas atrações que agradam qualquer turista.

Com todas estas iniciativas, tanto no setor produtivo quando na área pública, a região de Cerejeiras é um eldorado ainda descoberto por poucos e que pode não ter chegado a nem um terço de sua potencialidade de gerar riqueza. Que descobriu esta oportunidade, já está colhendo resultados positivos. Quem não descobriu, ainda há tempo.

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